Euphorbiaceae

Glycydendron espiritosantense Kuhlm.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Patricia da Rosa. 2018. Glycydendron espiritosantense (Euphorbiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

26.906,701 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados do ESPÍRITO SANTO, municípios de Linhares (Folli 4792), São Gabriel da Palha (Arbocz 1386); RIO DE JANEIRO, municípios de Cachoeiras de Macacu (Lima 4284), Casimiro de Abreu (Silva Neto s.n.)

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Critério: D2
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore de até 25 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por fruta-de-arara, foi coletada em Floresta Ombrófila e Floresta de Galeria associadas a Mata Atlântica nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição relativamente restrita, AOO=20 km² e quatro situações de ameaça plausíveis. Sabe-se que a Mata Atlântica encontra-se atualmente reduzida a não mais que 15% de sua extensão original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Mesmo com ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidade de Conservação de proteção integral, sabe-se que grande parte das florestas úmidas do Espírito Santo e Rio de Janeiro encontram-se fragmentadas como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando somente 14% e 20% de remanescentes florestais , respectivamente (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). No Rio de Janeiro, a espécie não é documentada desde 1991, apesar de esforços de campo frequentes realizados nas áreas de ocorrência. Desmatamento, expansão urbana, corte madeireiro e implementação de atividades agrossilvipecuárias em larga escala (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Lapig, 2018; Paciência e Prado, 2005; Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001), principalmente plantações de Eucalyptus sp. (Baesso et al., 2010) e vastas áreas já convertidas em pasto, constituem os principais vetores de stress a persistência de G. espiritosantense na natureza. Assim, a espécie foi considerada Vulnerável (VU) por sua população restrita, AOO=20 km² e número de situações de ameaça inferior a cinco. Infere-se grande probabilidade de ampliação de risco de extinção para a espécie no futuro próximo uma vez que as ameaças incidentes não cessaram. Recomenda-se ações de pesquisa (busca por novas localidades, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação.

Último avistamento: 2013
Quantidade de locations: 4
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Arq. Inst. Biol. Veg. 3(1): 46, pl. 3. 1936

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ciliar e/ou de Galeria
Detalhes: Árvore com até 25 m de altura (Folli 337), que habita a Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila e na Floresta de Galeria (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Glycydendron in Flora do Brasil 2020 em construção, 2018. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB35719 (acesso em: 19 de setembro 2018)

Reprodução:

Detalhes: Foi coletada em flor nos meses de abril (Arbocz 1386), novembro (Folli 337), e com frutos em março (Folli 4792)
Fenologia: flowering (Apr~Nov), fruiting (Mar~Mar)

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município de Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem (Lapig 2018). O município de São Gabriel da Palha com 43489 ha, tem 24% de seu território (10284 ha), convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Casimiro de Abreu com 46065 ha, tem 33% de seu território (15143 ha), convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Cachoeiras de Macacu com 95380 ha, tem 26% de seu território (25223 ha), convertidos em pastagem (Lapig, 2018)
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 16 de julho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations locality,habitat past,present,future regional high
Com 228781 ha de área ocupada com árvores de Eucalyptus, o Espírito Santo é o sexto estado da federação com a maior área plantada em 2014 (Ibá, 2015).
Referências:
  1. Ibá, Indústria Brasileira de Árvores, 2015. Relatório Ibá 2015. Brasília, 80 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national high
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
  2. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Foi coletada na Floresta Nacional de Goytacazes - ES (Kuhlmann 28900), e na Reserva Biológica de Poço das Antas - RJ (Silva Neto s.n.).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown